GOVERNO REGIONAL TEM A VER COM TUDO
QUE ACONTECE NOS AÇORES

“Aquilo que acontece nos Açores, seja da responsabilidade da Marinha ou de qualquer outra entidade, até que fosse extra-terreste, é sempre um assunto que tem a ver com o Governo Regional”.
A afirmação é do presidente do Governo e foi proferida esta tarde, na ilha do Faial, durante a visita que Carlos César efectuou às operações de limpeza do areal da Fajã da Praia do Norte, em cuja baía está encalhado, desde a passada sexta-feira, o porta-contentores “CP Valour”.
Carlos César lembrou que se à Marinha cabem as “responsabilidades iniciais neste processo”, o certo, também, é que compete ao Governo Regional “zelar pelos interesses da Região e acompanhar todas as acções que estão a ser tomadas”.
Explicou, ainda, que o executivo açoriano não só o faz por razões que advêm da sua razão de ser, como também o tem que fazer “no sentido de prestar apoio, em algumas componentes operacionais, nestes momentos de intervenção em que a Marinha não dispõe naturalmente dos recursos humanos e materiais” com que conta o Governo e a própria Universidade dos Açores.
Carlos César, que se fazia acompanhar pela secretária regional do Ambiente e do Mar, Ana Paula Marques, e pelo presidente da Câmara Municipal da Horta, João Castro, adiantou que a presença e acompanhamento da Região nos trabalhos de limpeza e remoção de resíduos do areal da Fajã da Praia do Norte é também “uma presença operativa, designadamente em valências que a Marinha não dispõe nos Açores”.


Referiu, igualmente, que a presente fase operacional, no mar, tem a ver com requisitos técnicos e operativos, que não competem às autoridades regionais, mas adiantou que ao Governo Regional “incumbe assistir, zelar e ter uma fiscalização política sobre o que está a decorrer”.
Numa fase subsequente, e colocando-se, de forma definitiva, a impossibilidade de remover o navio, teremos então de “acautelar juntos das autoridades intervenientes que sejam tomados todos os procedimentos que afastem qualquer motivo de perigosidade”, quer do ponto vista ambiental, das pessoas e da remoção posterior do navio, acrescentou.
Questionado pelos jornalistas se as suas palavras encerravam uma crítica à Marinha, Carlos César disse ser tratar-se apenas de “uma elucidação sobre aquilo que são as competência legais e morais do Governo Regional na sua própria terra”.
“Em todos os locais das nossas ilhas, seja junto à orla marítima seja no interior, o Governo Regional está sempre a ver o que se passa e a ver, também, se o que se passa, se passa bem”, adiantou o chefe do executivo.


Revelou, ainda, que o Governo Regional já decidiu reforçar os serviços jurídicos de acompanhamento especializado nas questões que envolvem o direito marítimo, com vista a “acautelar os nossos direitos e para proteger qualquer situação advinda”.
A finalizar, Carlos César reconheceu que o encalhe do “CP Valour” e a consequente poluição da zona, chamam a atenção para uma Região onde normalmente não acontecem coisas do género, adiantando que os Açores não só não estão habituados a elas como não tolerarão que as “suas consequências não sejam assumidas e os seus prejuízos reparados”.

GaCS/FG
Anexo: Fotografia GaCS/Valter Franco