PRESENÇA DO PAVILHÃO DE PORTUGAL NO CARASSAUGA 2005
NAS INSTALAÇÕES DO CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS DE MISSISSAUGA

Por: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com

Enquadrado no evento Carassauga 2005 que há já alguns anos vem sendo organizado, realizou-se, mais uma vez, nos dias de 23 a 29 de Maio de 2005, no Centro Cultural Português de Mississauga, o Pavilhão de Portugal que com bastante êxito mostrou à comunidade residente naquela grande cidade limítrofe de Toronto e não só, a nossa rica cultura com “montes” de artesanato, música, folclore e a gastronomia em destaque principal.

Nos anos anteriores, este prestigioso centro cultural da nossa comunidade ganhou, por dois anos consecutivos, os prémios atribuídos aos melhores pavilhões, que na nossa opinião foi bem merecedora tanto pela afluência de público como pela enorme opção ao visitante no que concerne à nossa gastronomia regional e aos “shows” constantes de artistas e folclore.

No presente ano este Centro continuou, durante aquele tempo de festa etnográfica, com uma excelente apresentação no seu programa tanto no sector de entretenimento como, obviamente, na culinária, com a apresentação de diversas barracas, não esquecendo o artesanato que foi simplesmente fabuloso pois os bordados, os azulejos e as faianças cativaram os milhares de estrangeiros que visitaram o nosso pavilhão. Outro aspecto bastante positivo para aquele Centro foi a presença de dois artesãos vidraceiros, Paulo Jorge e Luís Gouveia, que pacientemente e com muita habilidade trabalhavam e moldavam o vidro ao vivo e, ali, às dezenas, os visitantes se quedavam observando aqueles dois artistas na azáfama laboriosa numa arte hoje praticamente quase extinta pois a transformação do vidro é, no presente, feita em grandes centros fabris onde as máquinas e a tecnologia substituiu quase o tradicional artesão.

Vindo expressamente de Portugal para abrilhantar este evento encontrava-se uma acordeonista de grande craveira, a Adélia Botelho, eximia executante no acordeão tradicional e electrónico, que não só entreteve os presentes com o seu vasto reportório de música, onde os tangos, cha-cha-cha, paso-dobles, sambas, boleros, tarantelas e as nossas marchas populares “empurraram”, para a pista de dança, autênticas multidões para ali se deliciarem como se fossem autênticos “Fred Astairs” ou “Ginger Rogers”.

Actuaram também durante aqueles dias diversos ranchos naquele Centro dos quais destacamos, aqueles que vimos, os ranchos folclóricos da Casa anfitriã, o Centro Cultural Português de Mississauga (Júnior e sénior) cujos elementos se apresentaram trajando as diversas regiões de Portugal além de executarem danças desde o Minho até ao Açores; a Associação Cultural do Minho cuja exibição e apresentação de uma coreografia impecável foram muito aplaudidos pelo público presente; do Grupo Folclórico as Tricanas; do Oshawa Portuguese Club; da Associação Migrante de Barcelos; do Amor da Pátria Community Centre; da Casa dos Poveiros; do grupo estudantil Luso Can Tuna; o conjunto Searas de Portugal e do jovem fadista Tony Câmara que foi acompanhado pelos mestres António Amaro e Leonardo Medeiros, à guitarra portuguesa e viola, respectivamente. Actuou também um grupo de jovens dançarinas de Goa, que, como é sabido, foi região que esteve colonizada por Portugal durante séculos e que hoje ainda muitos costumes ali se mantêm e onde também se fala a língua portuguesa pelo menos por uma pequena parte da população principalmente no sector dos mais idosos. A comunidade brasileira marcou presença com a exibição duma dança acrobática e marcial ao mesmo tempo, bem conhecida por “Capoeira” e que é original da cidade de São Salvador da Baía. Este evento encerrou com uma excelente actuação de Orfeão Antero de Quental que é formado por mais de quarenta elementos sendo o seu regente José Rodrigues.

Estão de parabéns, mais uma vez, os membros da comissão de festas deste popular e prestigioso Centro Cultural, pelo êxito alcançado durante estes dias de Carassauga, que, pelo que soubemos posteriormente, através da informação da presidente Vânia Domingos, não arrecadou os primeiros lugares da competição pelo simples facto de o sistema de avaliação aos concorrentes inscritos ter, no corrente ano, sido mudado e assim os membros do júri não terem aceso aos outros grupos que, na opinião daquela jovem líder da Direcção do Centro Cultural, traz vantagens e desvantagens para as qualificações. No entanto disse-nos não estar desapontada e que, ao fim e ao cabo, o mais importante foi verificar a satisfação e a apreciação dos eventos realizados ali, nas instalações do Centro Cultural Português de Mississauga, dos bazares, barracas e da gastronomia lusitana por quantos ali compareceram para “beber” a nossa cultura.

O difícil trabalho de Mestre-de-Cerimónias, que foi apresentado em fluente inglês e português, esteve, e muito bem, entregue à Madalena Barreto, que embora seja uma jovem é, no entanto, já uma veterana neste tipo de espectáculos de cariz etnográfico.