OS PREPARATIVOS DO NATAL EM LISBOA

Por : Paulo Luís Ávila
Adiaspora.com

Quando saímos do táxi, o centro de Lisboa, mais precisamente o Largo do Rossio e suas imediações, nomeadamente a Rua Augusta, fervilhavam de gente que por entre as bancas das esplanadas, montadas no centro do empedrado da via mais badalada da baixa lisboeta, cumprimentavam mutuamente amigos e conhecidos, muitos deles carregados com sacos de prendas, compradas com o produto do Subsídio de Natal.

 

Depois de apreciar olhando para o que se passava ao redor da praça, ouvimos sons diferentes e de repente surgiu dos lados da estação do Rossio, um grupo de saltimbancos vestidos a rigor e com acompanhamento instrumental. Entretanto a multidão admirada seguia o grupo que nos foi identificado como sendo o CHAPITÔ, que tem a sua sede na Rua Costa do Castelo, no Castelo de São Jorge, que foi construído numa das sete colinas de Lisboa. O panfleto identificativo do grupo de animação, foi-nos oferecido por um dos elementos coordenadores do grupo, que entretanto fazia o percurso Rua Augusta abaixo, em direcção à Praça do Comércio (Terreiro do Paço).

Os dizeres que entretanto foram impressos no panfleto de propaganda eram todos virados para a quadra natalícia que ora atravessamos. Passo assim e com a devida vénia a divulgá-los: Natal: um efeito mágico surpreendente. Natal, nenhuma sombra ameaça a tua porção de luz. Natal Chapitô: 25 anos a construir a festa da Justiça e da Arte. Natal Chapitô: 105 homens e mulheres a fazerem do «coração a medida de todas as coisas».

Natal: é bom que ele exista. Entretanto também circulámos pelas travessas e ruas da Baixa Pombalina, para apreciar a profusão das luzes e dos enfeites, qual deles o mais conseguido e, como sabíamos da existência da construção no Terreiro do Paço, da maior Árvore de Natal do mundo, fomos até lá para admirar o espectáculo de luz e cor. Depois de desembocarmos no Terreiro do Paço, atravessando a sua monumental porta, ali estava à nossa direita e com a estátua de D. José a cavalo na nossa frente, quase totalmente encoberta por taipais, talvez por se estar a proceder a obras de beneficiação, a sumptuosidade daquela armação em ferro, que levou alguns meses a construir.

Admirados ficámos, porque apesar de fazermos um cálculo não imaginávamos a grandeza daquele monumento edificado todo em ferro, onde se entrelaçavam muitos quilómetros de fios eléctricos, que ligavam muitos milhares de lâmpadas. Depois das fotos para a posteridade, chegou a um palco improvisado, em frente ao arco da Rua Augusta, acima referido, um grupo de crianças da Casa Pia de Lisboa, mais concretamente do Colégio de Nossa Senhora da Conceição, vestidas a rigor, que tomaram os seus lugares num palco ali instalado para o efeito e entoaram cânticos alusivos à quadra natalícia. O coro que prendeu a atenção da assistência, era constituído por 26 crianças de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 12 e 15 anos e a dirigi-lo esteve a maestrina professora Ana Maria Mota.

No final do concerto a debandada foi geral, porque àquela hora da noite já arrefecia e muitos foram os que se dirigiram para comprar um cartucho de castanhas, que já custa dois euros (400$00, moeda antiga), mas que ainda aqueceu alguns estômagos antes de se dirigirem para o eléctrico que os transportaria até aos mais variados destinos. Referimos adiaspora.com, a muitas pessoas que nos perguntaram para quem estávamos a fazer a reportagem. Ali divulgámos e sentimos a diáspora num tempo específico e noutro lugar.
Para todos aqueles que nos visitam desejamos um Feliz e Santo Natal.