POESIA AÇORIANA NA UNIVERSIDADE DE TORONTO

por Carlos Morgadinho - Adiaspora.com


Luísa Ribeiro e Eduardo Bettencourt Pinto


O anfiteatro Northrop Frye Hall foi palco de uma manifestação poética da região açoriana onde também foi apreciada a nossa música nacional – o fado, mais propriamente o fado de Coimbra. Este sarau que teve lugar na sexta-feira, 25 de Fevereiro, foi uma iniciativa da Direcção Regional das Comunidades do Governo dos Açores com participação do Departamento Espanhol da Universidade de Toronto. Esta iniciativa “As palavras e a Música” contou com a presença de dois poetas açorianos, Luísa Ribeiro, residente na Ilha Terceira e Eduardo Bettencourt Pinto, este radicado em Vancouver, Columbia Britânica.


Dras. Ana Cristina Ribeiro e Manuela Marujo

Segundo palavras da Professora Manuela Marujo do Departamento de Espanhol e Português da Universidade anfitriã, esta iniciativa teve como objectivo a divulgação da poesia açoriana junto dos estudantes universitários com conhecimentos da língua portuguesa, alem de também ser direccionada aos outros membros da comunidade luso-canadiana. Esta prova viva da rica poesia daquela região de Portugal nos Açores, vem sendo, nestes últimos anos, um exemplo de um trabalho exaustivo por parte dos responsáveis da Direcção Regional das Comunidades Açorianas, liderada pela Dra. Alzira Serpa Silva que, motivos de saúde, a impediram de estar presente. Todavia, em sua substituição, tivemos a presença da Dra. Ana Cristina Ribeiro que leu a mensagem da directora regional que abaixo transcrevemos na íntegra:


Dra. Ana Cristina Ribeiro

“A Direcção Regional das Comunidades, da Presidência do Governo Regional dos Açores, ao longo dos últimos oito anos, diversificou a sua acção, com múltiplos objectivos, assentando numa estratégia de comunicação.

Informar, abrir espaços de reflexão, promover o debate e aprofundar conhecimentos sobre os Açores e sobre as Comunidades, têm sido os lemas das nossas iniciativas, quer nas ilhas açorianas, quer nas áreas geográficas onde a nossa emigração e os seus descendentes se concentraram.

Não cabe aqui enunciar as variadas temáticas que temos levado às comunidades, ou que têm sido propostas para levar as comunidades à Região Autónoma dos Açores. Desde a popular Marcha das Sanjoaninas, até à formação de agentes culturais, passando pela música e pela literatura, muitas têm sido as aproximações que têm reduzido distâncias e contribuído para um pulsar mais sintonizado das nossas almas.

A poesia e a música são exactamente os elementos que mais contribuem para essa sintonia e que hoje trazemos aqui. Ambas encantam, ambas preenchem vazios que o quotidiano arrasta mesmo contra a nossa vontade, ambas nos depuram a alma e nos oferecem um mundo de encanto e de beleza, a contrariar a crueldade e a indiferença que alastram à nossa volta, tantas vezes, com a nossa demissionária conivência.

Esta realização é nova, e depende de vós a sua continuidade. É a primeira vez que juntamos poetas dos Açores e das comunidades, num espaço onde a língua e cultura portuguesas constituem desafios para os jovens universitários e sobrevivência para os menos jovens em anos e em actividade. Precisamos de todos. Cada um de vós representa a esperança de projectar a nossa cultura em terras do Canadá. Com um Poeta que tem muito do Canadá, dos Açores e de Angola – o cruzamento enriquecedor que é tão português ! – e uma Poeta nada e residente nos Açores. Do melhor que nós temos, aqui e lá, a dar vida às palavras. Intensos e delicados, doces e apaixonantes. Merecem o vosso aplauso, merecem o nosso reconhecimento – porque são raros e inestimáveis.

As minhas condições de saúde não me permitem estar convosco. A Dra. Cristina Ribeiro representa neste momento a DRC e a nossa vontade de estar na vossa companhia e vos oferecer o que temos de melhor. Com grande desgosto meu de apenas partilhar na distância esta sessão cultural.

Aos Poetas Eduardo Bettencourt Pinto e Luísa Ribeiro a minha imensa gratidão por terem acreditado neste projecto no primeiro minuto e pela sua disponibilidade para o concretizar.

À Professora Manuela Marujo o meu infinito agradecimento pela organização dedicada e pela graciosa e excelente colaboração.

A todos os presentes, o meu sincero obrigado e o meu carinho pela vossa participação.

Bem hajam !”


Vista parcial do auditório

A encerrar esta sessão de poesia actuou o jovem luso-canadiano Tony Câmara interpretando fados de Coimbra sendo acompanhado por António Amaro e Leonardo Medeiros à guitarra e à viola, respectivamente. A Dra. Ana Cristina entregou umas lembranças aos participantes e organizadores. Considerando a substancial participação do público, muitos dos quais estudantes daquele ensino superior, damos os parabéns, tanto à Dra. Manuela Marujo, como à Direcção Regional das Comunidades Açorianas. Acontecimentos culturais desta natureza são sempre de louvar pelo que esperamos venham a acontecer com a frequência desejável. Entre os presentes destacamos o Cônsul-Geral de Portugal, Dr. Emídio da Veiga Domingos, e conselheiro escolar da Direcção Católica Escolar do Distrito de Halton, Ed Viana, além de outros professores do ensino secundário e universitário.


Cônsul-Geral de Portugal Dr. Emídio da Veiga Domingos

o Professor Jose Carlos Teixeira, agora a residir na Columbia Britânica, e a Professora Judith Cohen.


Tony Câmara acompanhado por António Amaro e Leonardo Medeiros