| Quarta-feira, dia 11, teve lugar no Palacete Silveira e Paulo, uma conferência que foi proferida pelo Dr. João Ventura, subordinada ao tema “Genealogia- As Fontes Documentais” a que se seguiu outra pelo Arquitecto Ângelo Regôjo dos Santos. O almoço foi degustado no restaurante “Noz do Samba” e dali os participantes partiram para o auditório do Palácio dos Generais-Capitães onde a Dra. Elizabete Santos falou sobre “O Estado do Ambiente nos Açores”. Seguidamente encaminharam-se para sede social dos “Montanheiros” onde foi pronunciada uma conferência pelo Dr. Paulo Silva que se intitulou “A Sociedade Espeleológica ‘Os Montanheiros’”. Com o resto da tarde livre e muitos dos conferencistas optando por visitar os bons restaurantes de Angra e assim apreciarem a sua cozinha tradicional onde a lapa, a moreia, o cherne, a alcatra e outras iguarias foi a preferência de muitos de nós. Pelas 21H30 teve lugar um serão na sede do Alpendre que foi totalmente preenchido com o recital de poesia: “Com Segredos e Silêncios” numa homenagem ao poeta Rui Duarte Rodrigues – Grupo de Teatro Alpendre. Nesta extraordinária sessão de poesia não foram esquecidos os poetas de intervenção da era da ditadura de Salazar, dos quais destacamos os saudosos José Afonso e Ary Cardoso dos Santos, o primeiro com as líricas “Grândola, Vila Morena” que se tornou o “Hino” da Revolução dos Cravos, naquela madrugada distante de 25 de Abril de 1974, que, como é sabido, pôs não só fim à ditadura que vigorava em Portugal desde Maio de 1926 como à guerra colonial que grassava em África desde 1961 e onde milhares de jovens combatentes pereceram e o último, o Ary dos Santos, foi um dos mais activos resistentes contra a ditadura então vigente e autor de centenas de poemas direccionados à opressão do Estado Novo, uma das quais destacamos pela sua beleza e afronta oposicionista, “O Palhaço de Aço”.
Quinta-feira, dia 12, No Salão Nobre da Secretaria Regional da Educação e Ciência deu-se início a mais um dia de conferências sendo a primeira proferida pelo Dr. Luís Paulo Silva que explanou o tema “O Sistema Educativo nos Açores”. A seguir o padre Hélder Fonseca falou sobre “O Culto ao Divino Espírito Santo nos Açores”. Depois do almoço no restaurante “Noz do Samba”, a Capela do Solar dos Remédios alojou os participantes para escutarem o tema “A Saúde e a Segurança Social nos Açores” apresentado pelas Dras. Andreia Cardoso e Maria Antónia Dutra. Na nossa deslocação à sede dos Bombeiros e Protecção Civil dos Açores, em Angra do Heroísmo, António Cunha falou sobre “O Serviço Regional e Protecção Civil nos Açores”, de que é Director e Coordenador. Depois da Conferência deslocamo-nos de autocarro para a Freguesia dos Altares, onde decorria uma “Briança, Cantoria, Visita do Altar do Divino e Reza do Terço”, esta última na Casa dos Mordomos, a família de Francisco Luís Gomes. Este evento teve a participação dos cantadores Marcelo, João Ângelo e José Eliseu que, acompanhados por um trio de violas da terra, cantaram as tradicionais cantigas de agradecimento de casa em casa, cantando também as tão apreciadas cantigas ao desafio e as “Velhas”, no palco defronte ao edifício da Casa do Povo daquela freguesia. A noite terminou com um jantar, tipo bufete, nas instalações daquela Casa do Povo onde as boas iguarias gastronómicas da região fizeram a delícia dos presentes não faltando, obviamente, os torresmos, morcelas, chouriços, inhames, massa sovada e outras delícias da terra anfitriã. O participante, padre Rovílio Costa, do Brasil, tentou convencer muitos dos presentes que os saborosos torresmos eram nacos de... javali.
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