Apresentação do Livro "O Codex 632"


Dr. Ricardo Valadares

“Antes de ir de férias a Portugal, em Dezembro, o José Ferreira pediu-me se eu poderia vir aqui neste dia para a apresentação do livro ‘ Codex 632’e do seu autor, José Rodrigues dos Santos. É lógico que eu só poderia aceitar por ser amigo do José Ferreira e também por ter muita consideração pelo José Rodrigues dos Santos. E só poderia assim ser. Reconhecemos que é uma cara que entra pelas nossas casas todos os dias, e agora ainda mais, visto que a RTP Internacional passou também a ser divulgada e difundida aqui no Canadá.

Portanto é uma pessoa que não precisava de apresentações. Ainda assim, cabe-me a mim apresentá-lo como pessoa e, depois, apresentar também a sua obra.

A obra a apresentar é este livro, ‘O Codex 632’. Quando cheguei a Portugal tentei comprar o livro, fui a dois sítios, o livro estava esgotado, e penso que pode ser bom sinal, que se estava a vendar bem. E está! Já vai na 14ª edição, com mais de 75.000 exemplares vendidos e tenho a certeza que continuará a vender porque foi apenas lançado em Outubro do ano passado, em 2005. Depois comprei o livro depois das férias do Natal e não o comecei a ler. Trouxe-o para aqui, para o Canadá, tive a semana passada para ler o livro e fiquei um pouco apreensivo, naturalmente eram 550 páginas, mas devo confessar que se lê muito bem. É um livro que está muito bem escrito, que se lê com prazer, e quanto mais lemos, mais queremos ler até acabar.

Vamos agora apresentar o Dr. José Rodrigues dos Santos. Eu quando ouvi o Oswaldo aqui falar do José Rodrigues dos Santos e das suas obras, pensei que ele é que ia fazer a apresentação. Mas, felizmente, ele não leu ‘O Codex 632’, só leu ‘A Filha do Capitão’! Portanto, cabe-me a mim apresentar o ‘Codex’. Mas, começando pelo José Rodrigues dos Santos, eu vou ler alguma bibliografia dele porque é tão vasta que não podemos reter tudo na cabeça.

Como todos sabemos, o José Rodrigues dos Santos é jornalista, escritor e professor de Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. Hoje aprendi também que é alguém que defende a comunidade na Diáspora e alguém que tem muito carinho pela comunidade de memória portuguesa. Portanto, apraz-me também verificar isso.

Nasceu em Moçambique em 1964, e actualmente é apresentador do Telejornal da Rádio Televisão Portuguesa. Doutorou-se defendendo uma tese sobre ‘Reportagem de Guerra’ e é autor de sete obras. Quatro delas são ensaios, três são romances, sendo este o último publicado.

José Rodrigues dos Santos começou a sua carreira como jornalista em 1981, em Macau, trabalhando para a Rádio Macau. Depois de se licenciar em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa, em 1987, foi trabalhar para a BBC, em Londres, e voltou a Portugal em 1990, integrando a RTP. De 1993 a 2001, foi colaborador da CNN. José Rodrigues dos Santos ganhou vários prémios académicos e jornalísticos. Venceu o ‘Prémio Ensaio’ do Clube Português de Imprensa em 1986; o ‘American Club of Lisbon Award for Academic Merit’ em 1987; o ‘Grande Prémio de Jornalismo’ do Clube Português de Imprensa em 1994. Internacionalmente venceu ainda três prémios da CNN.

Com respeito à obra ‘O Codex 632’ que aqui hoje apresenta, e que é, como já disse, o seu terceiro romance, baseia-se em documentos históricos verídicos. Conta a história de uma investigação levada a cabo por um professor da Universidade Nova de Lisboa. Ao longo desta investigação, o autor conduz-nos à possibilidade de Cristóvão Colombo ser português. Tendo sempre por base uma aturada pesquisa documental, ‘O Codex 632’ transporta-nos numa surpreendente viagem pelo tempo, uma aventura repleta de enigmas e mitos, segredos encobertos e pistas misteriosas, aparências enganadoras e factos silenciados, num autêntico jogo de espelhos, onde a ilusão disfarça o real, para dissimular a verdade. Ao longo das 550 páginas deste ‘thriller’ histórico, o autor dá consistência à tese que Cristóvão Colombo era um agente secreto, enviado pelo rei D. João II aos Reis Católicos de Espanha. Com isto tudo, altera-se a perspectiva dos Descobrimentos, o que nos leva a colocar em causa muito daquilo que tínhamos por verdades adquiridas. Quando lerem o livro vão ver que muitas questões são levantadas e muitos paralelismos inclusivamente são feitos com os dias de hoje. Por exemplo, neste livro é citado, por duas vezes, que o Tratado de Tordesilhas, assinado no Século XV, foi o primeiro passo da globalização. E, portanto, é engraçado ver como já no Século XV, apesar de não se utilizar a mesma palavra, aquilo que se falava era, efectivamente, globalização, a divisão do mundo entre portugueses e espanhóis.

De forma brilhante, José Rodrigues dos Santos trás até nós um romance histórico no qual sobressai uma escrita escorreita e profissional, e um conjunto de histórias contadas com tal realismo que nos fazem retroceder ao inigualável Século XV. Em suma, este é de certeza um livro a não perder.

Sem mais demora, eu pediria agora ao Dr, José Rodrigues dos Santos para vir até aqui acima e falar um pouco de ‘O Codex 632’”.

página inicial