APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DAS ACTIVIDADES
DO GRUPO AD-HOC, EM APOIO À RTPI

Por: Avelino Teixeira


Comissão Ad Hoc reune-se na Casa da Madeira

Q uando em Maio de 2005 o Jornal Nove Ilhas publicou o meu artigo intitulado "A RTPI NOVAMENTE EM FOCO" ( SERÁ QUE DESTA VEZ É MESMO A SÉRIO) no qual eu pedia aos leitores que escrevessem à CRTC apoiando a candidatura da RTPI, nunca imaginei que no dia 29 de Janeiro de 2006 iria estar na Casa da Madeira ainda falando sobre o mesmo assunto.
Recordo-me de que naquela altura até me referi a uma Conferência de Imprensa que o Sr. Dr. Lopes de Araújo tinha dado no Consulado Português de Toronto sobre a possível distribuição da RTPI no Canadá via acabo.
No mês seguinte voltei a escrever outro artigo intitulado AINDA SOBRE A RTPI VIA CABO NO CANADÁ ( ASSUNTO QUE MERECE O MAIOR CUIDADO E ATENÇÃO DE TODA A COMUNIDADE PORTUGUESA) no qual incluí a transcrição em inglês de uma carta, para os leitores copiarem, que deveria ser enviada à Secretária Geral da CRTC e pedia que a mesma fosse remetida até ao dia 23 de Junho daquele ano em curso.
No mesmo artigo referia-me também ao pedido que a RTP tinha feito, segundo o Sr. Dr. Lopes de Araújo, à Embaixada de Portugal em Ottawa e ao Consulado Geral de Portugal em Toronto para que aquelas "Entidades Portuguesas mobilizassem a Comunidade Portuguesa seus clubes e associações, Comunicação Social e personalidades que desempenhassem funções na administração local, regional ou federal canadianas".
Mas o certo é que tanto a Embaixada de Portugal como o Cônsul Geral de Portugal em Toronto preferiram manter em sigilo tal pedido ou pelo menos não o tornaram público.
É necessário que não nos esqueçamos de que um dia haveremos de saber ao certo o que se passou porque achamos que aquelas Autoridades devem salvaguardar os interesses da Comunidade Portuguesa em geral e não os dos seus amigos íntimos ou pessoas de negócio que merecem ser respeitadas como tal e nada mais.
No dia 15 de Junho de 2005 voltei a publicar outro artigo no jornal Nove Ilhas e nele já fazia referência à proposta que a RTP tinha feito à CRTC (Canadian Radio Television and Telecommunications) e à CCTA (Canadian Cable Telecommunications Association) para que a incluissem nas suas listas de transmissão via cabo.
No mesmo artigo também me referia à colaboração do Sport Clube Angrense de Toronto que através do Sr. Adalberto Bettencourt tinha recolhido muitas assinaturas para apoiar a distribuiçãoda RTPI via cabo no Canadá e, de ter perguntado pelo envolvimento da Federation of Portuguese Canadian Businesses and Profissionals bem como do National Luso Canadian Congress e do Concelho das Comunidades que optaram por ficar calados.
Refería-me também ao Sr. Ezequiel da Silva que nunca mais tinha cessado de contactar entidades que o pudessem elucidar no sentido de esclarecer quem ainda se encontrasse duvidoso de como actuar para assegurar o sucesso da distribuição da RTPI via cabo no Canadá.


Reunião de Trabalhos

Fiz ainda referências ao grupo Ad-Hoc que era então formado pelos Srs.: João Santos, David Rendeiro, Ezequiel da Silva, António Alves, Adalberto Bettencourt, Daniel Ribeiro, António Forno ( da Agência Forno em Lemmington), Jorge Campos, José Cesarino Barcelos, Jorge Alves, Carlos Silva, Adélia Cordeiro, Nellie Pedro (do programa Gente da Nossa), Fernando Santos e Eduardo Pereira (ambos de Kingston Ontario) e, Theresa Rodrigues que disponibilizou os seus escritórios (Inter-Arch) onde foram recebidas milhares de cartas de apoio da cidade de Toronto, e não só, bem como as suas fotocopiadoras e o papel para copiar as referidas cartas em duplicado; sendo uma para CRTC outra para a CCTA e ainda uma outra para ficar em arquivo.
Um excelente trabalho e um enorme sacrifício monetário para o qual eu pedia que o reconhecessem com um aplauso...
De Vancouver sabemos que chegaram milhares de cartas à CRTC e CCTA devido a uma conjugação de esforços de Gabriela Madeira (Produtora e Realizadora do programa radiofónico (Sons Lusitanos).
De Kitimat B.Colúmbia também foram enviadas para a CRTC e CCTA muitas centenas de cartas de apoio à vinda da RTPI sob a organização de Eduardo Gonçalves.
Ainda naquele artigo ,de 15 de Junho de 2005, já eu me referia às caixas digitais que teriam que ser arrendadas e que eram necessárias para obter a RTPI às quais eu peço-vos encarecidamente que não façam quaisquer alterações técnicas que poderão mais tarde trazer vos graves consequências.
Referi-me também ao preço do cabo que eventualmente se iria tornar mais caro quando incluísse a distribuição da RTPI, isto, porque obviamente a Rogers Cable não distribuiria a RTPI gratuitamente embora o Sr. Dr. Lopes de Araújo tivesse presumido que a Comunidade Portuguesa talvez esperava que a distribuição da RTPI, via cabo, fosse grátis embora ele sempre tivesse afirmado que o sinal da RTPI era livre para quem o quisesse captar.
Nunca me convenci disso porque ele foi sempre bem explícito comigo durante a nossa correspondência, e tenho a convicção de que a nossa Comunidade também estava ciente de que isso não iria acontecer porque ele foi bem claro durante a sua intervenção na Casa dos Açores, aquando da semana Cultural, no dia 8 de Novembro de 2005.
Devo aqui acrescentar que aquela prestimosa Casa também se envolveu na recolha de assinaturas e cartas de apoio à RTPI.
Num artigo que publiquei no Nove Ilhas no dia 10 de Julho de 2005 referenciei à única oposição, pela segunda vez, que tivemos à vinda da RTPI e também às muitas cartas que haviam sido recebidas pela CRTC, remetidas por outros clubes e associações que preferiram manter-se no anonimato e isto porque o Presidente da Acapo, Joe Eustáquio, não quis envolver-se na campanha de apoio à RTPI por motivos que ainda hoje desconhecemos e pelos quais sentimos um profundo repúdio.
É de lembrar que aquela individualidade tentou proibir a recolha de assinaturas durante a parada do dia de Portugal quando inquirido pelo Sr. Adalberto Bettencourt.
Gostaria de dizer, muito especialmente àquelas pessoas que não leram os meus artigos no Nove Ilhas, que no dia 5 de Julho de 2005 o Sr. Dr. Lopes de Araújo escreveu-me electronicamente fazendo algumas advertências que eram necessárias e também referindo ao número de cartas individuais que tinham chegado à CRTC totalizando 1.800 o que não corresponde à verdade, porque o grupo Ad-Hoc tem as cópias dessas mesmas cartas ou seja das que foram recolhidas em Toronto e arredores. Mas isso não nos interessava mais porque o que estava em causa era a aprovação da RTPI pela CRTC e isso naquela altura já estava garantido.
Além disso, e para que se confirme, todas essas cartas foram entregues na CRTC e na CCTA, no dia 13 de Julho de 2005, por João dos Santos, António Alves, Ezequiel da Silva e Theresa Rodrigues. E por isso não nos restam dúvidas algumas que o número de cartas e petições era muito mais alto do que aquele a que se referiu o Sr. Dr. Lopes de Araújo. Fê-lo talvez baseado na informação incorrecta da CRTC a qual também havia sido publicada no portal daquela organização comentando que o número de comentários era de 600, e seis petições contendo 800 assinaturas. Isso para nós, meus Caros Amigos, eram águas passadas (que já não faziam mover moinhos!).


Vista parcial da sala

O que para nós contava era a aprovação da RTPI e isso tinha acontecido no dia 24 de Novembro de 2005.
Ao que eu gostaria de me referir, sim, principalmente para aquelas pessoas que não tem acesso à Internet, seria à carta da Administração da RTPI em resposta à oposição.
É que na mesma consta de um parágrafo sugerindo que "a RTPI junta com a FTTV tornaria um pacote mais atractivo para a Comunidade Portuguesa".
Se a nossa interpretação daquele parágrafo é correcta a Administração da RTP procedeu muito mal quando o incluiu na sua carta porque sugeriu o que poderia vir a acontecer e que talvez poderá estar acontecendo, indirectamente, uma vez que a Rogers Cable oferece a RTPI por apenas 10$00 a quem subscreveu a FPTV e, 14$95 por si só.
Recordo-me perfeitamente do que o Sr. Dr.Lopes de Araújo disse na Casa dos Açores, naquele dia 8 de Novembro de 2005, "que a RTPI poderia ser comprada individualmente" e por isso estranhamos que a Administração da RTP tivesse sugerido à CRTC que a RTPI junta com a FPTV formaria um pacote atractivo para a Comunidade Portuguesa.
No entanto estamos muito satisfeitos pelo facto de nos ter sido dada a opção de adquirir a RTPI sem estar empacotada com a FPTV ou A SIC embora por um preço mais caro. Pelo menos nesse aspecto sairmos vitoriosos!.
Apesar das afirmações do Sr. Dr. lopes de Araújo, sempre esperámos que as companhias de cabo fossem querer fazer um negócio lucrativo com a RTPI, neste caso a Rogers, por saber de antemão que a Comunidade Portuguesa estava ansiosa por adquirir a RTPI.
Por causa dos rumores que circulavam pela Comunidade Portuguesa que a RTPI viria empacotada com a SIC e a FPTV, o grupo Ad-Hoc escreveu uma carta no dia 12 de Dezembro de 2005, redigida pelo Sr. Ezequiel da Silva, ao Sr. Vice Presidente da Rogers Phill Lynn pedindo-lhe encarecidamente que tal empacotamento não fosse permitido porque agitaria ainda mais a Comunidade Portuguesa.
Gostaríamos de informar que o grupo Ad-Hoc nunca recebeu qualquer resposta à referida carta nem tão pouco aviso de recepção da mesma.
De qualquer forma a 15 de Dezembro a CRTC anunciou oficialmente a disponibilização da RTPI e como se sabe individualmente não obstante o desconto de 4$95 a quem já subscrevesse a SIC e a FPTV. Daí a convicção de muita gente que a Administração da FPTV teve alguma influência sobre a forma como a Rogers estabeleceu os preços a cobrar pela distribuição da RTPI em Toronto.
Embora não tenhamos provas que houve qualquer influência por parte da oposição, o certo é que a maioria das pessoas acreditam que isso foi facto.
Quando eu e a Nellie Pedro, em representação do grupo Ad-Hoc, nos reunimos com o Sr. David Purdy no dia 6 de Janeiro de 2006, (isto porque tínhamos escrito uma carta ao Sr. Ted Rogers com data de 28 de Dezembro de 2005, acusando a Rogers de discriminação para com a Comunidade Portuguesa), eu próprio perguntei ao Sr. David Purdy se de facto a oposição tinha tido qualquer influência sobre a forma como a Rogers Cable tinha estabelecido o preço a pagar pela distribuição da RTPI. Mas ele obviamente disse-me que não.
Nessa altura eu aproveitei o ensejo e pedi-lhe que se algo fosse feito, no sentido de reduzir o preço a cobrar pela distribuição da RTPI, que o fizesse incondicionalmente.
O Sr. David Purdy, Vice Presidente da Rogers, sabendo que iríamos dar uma conferência de Imprensa no dia 3 de Janeiro de 2006 talvez preocupado por isso e também pelo facto de ter recebido uma cópia da carta que o grupo Ad-Hoc tinha enviado ao Sr. Ted Rogers, resolveu reduzir o preço a cobrar pela distribuição da RTPI para 10$95 mas apenas por um período de quatro a cinco meses.
Na mesma altura também se referiu a pacotes com os telefones de rede fixa e celulares, e chamadas de longa distância para Portugal a quem subscrevesse a RTPI.
O grupo Ad-Hoc respondeu-lhe através de uma carta electrónica dizendo-lhe que discordava com a proposta, por esta ser insignificativa e, que iria dar uma conferência de imprensa no dia 19 de Janeiro, de 2006, e que naquele dia anunciaria esta reunião comunitária que estamos realizando neste momento aqui na Casa da Madeira.
No dia 19 de Janeiro o Sr. David Purdy telefonou à Nellie Pedro propondo uma nova redução no preço da distribuição da RTPI para 11$21, a partir do dia 1 de Fevereiro próximo, sem fazer referência se a mesma seria definitiva ou temporária.
Naquele dia voltou a fazer referência aos pacotes com chamadas de longa distância para Portugal, telefones de rede fixa e móveis para quem subscrevesse a RTPI.
Anunciou também um pacote opcional com a RTPI e a Globo por 20$00 o qual já estava a ser estudado, segundo ele.
Nós, o grupo Ad-Hoc, achamos que 11$21 é ainda demasiadamente caro porque sabemos que a RTPi chega ao Canadá gratuitamente.
Se a Rogers paga à RTP uma compensação minoritária é porque ela própria decidiu pedir à RTPI uma contribuição para o seu Marketing e Direitos Autorais o que para nós não faz sentido algum uma vez que todos os portugueses sabem perfeitamente, desde há muito tempo, o que é a RTPI.
Sabemos que coincidentemente a Rogers está enviando informação sobre os preços que cobra pelos outros canais multiculturais sem esclarecer o que paga pelos mesmos.
Fá-lo no sentido de confundir e persuadir a Comunidade Portuguesa que o preço que cobra pela distribuição da RTPI é razoável, esquecendo-se porém que a RTPI chega nas mesmas condições e circunstâncias que chega a RAI (Televisão Estatal Italiana) se bem que o sinal desta última é codificado enquanto que a RTPI não é.
Por tal razão o grupo Ad-Hoc é da opinião que chegou a hora para fazer frente à Rogers e dizermos-lhe que apesar de sermos uma Comunidade muito mais pequena do que a Italiana, temos os mesmos direitos e não queremos ser discriminados.
Meus Amigos: Se de facto estais dispostos a reconhecer o esforço e a boa vontade do grupo Ad-Hoc e as longas horas que dispensemos em prol desta causa, bem como a boa vontade de tantas pessoas que se juntaram a este grupo na recolha de petições e cartas de apoio, (porque foram muitas as pessoas que por detrás dos bastidores nos ajudaram, não esquecendo o interesse que a Média ultimamente tem demonstrado para connosco), assinai sem receio as cartas que temos aqui disponíveis para vós.
É um direito que tendes e ninguém vos irá punir por isso.
Enviando a vossa carta à Rogers por nosso intermédio é o único argumento que vos resta para convencer e obrigar aquele Império Ganancioso e Discriminatório a baixar o preço pela distribuição da RTPI via cabo à Comunidade Portuguesa.
Lembrai vos que todavia sois contribuintes de Portugal e a emissão da RTPI está sendo custeada pelo Governo Português, e não deveria beneficiar a Rogers que embora tenha o direito de cobrar pela manutenção e distribuição da RTPI não lhe cabe o direito nem o privilégio de explorar o Património Português.
Esta é uma oportunidade que nós temos para demonstrarmos que chegou a hora de sermos unidos e reconhecidos como uma força neste País para o qual temos contribuído grande-e-honestamente.
É hora de exigirmos à Rogers os mesmos benefícios que concedeu à Comunidade Italiana.
Queria dizer vos que o grupo Ad-Hoc está profundamente reconhecido pelo apoio que nos tem dado e pelas palavras de apreço que nos tem sido endereçadas ao longo destes meses.
Estamos gratos de igual modo a todos os Membros da Comunicação Social que ultimamente se tem interessado pela causa da RTPI.
Meus Amigos: Ajudem-nos uma vez mais nesta nossa luta pelo bem Comum Comunitário assinando as vossas cartas para que todos sigamos vitoriosos desta campanha em prol dos nossos interesses e da vinda da RTPI para o Canadá, via Cabo.

Nota informativa:


A este depoimento seguiram-se as intervenções de esclarecimento dos Srs. Ezequiel da Silva, Adalberto Bettencourt, Daniel ribeiro, José Cesarino Barcelos, e da Sra. Theresa Rorigues todos membros do grupo Ad-Hoc e presentes naquela reunião com a Comunidade Portuguesa.
Depois abriram-se os microfones para perguntas e respostas e foi quando se ouviram várias demonstrações de protesto e desagrado para com a Rogers Cable e o Sr.Frank Alvarez, Presidente da CIRV e FPTV, (as quais não foram da responsabilidade do ad-Hoc), pelo facto de uma grande parte das pessoas alí presentes serem da opinião que este último tem influenciado a Rogers sobre a forma de implementação de preços a cobrar pela distribuição da RTPI para que a mesma não afecte a SIC e a FPTV, e também pela sua oposição pela segunda vez consecutiva à vinda da RTPI para o Canadá e distribuição da mesma por cabo.
O salão de festas da Casa da Madeira estava quase repleto com um número de aproximadamente 300 pessoas entre as quais se fazia notar muitos membros da Comunicação Social nomeadamente a OMNI TELEVISION que por motivos que ainda desconhecemos não lhes foi possível transmitir a cobertura que haviam feito minuciosamente daquele Encontro Comunitário, com o grupo Ad-Hoc, atitude que já era de esperar pelo facto de pertencerem ao mesmo Império com quem o Ad-Hoc se tem vindo a confrontar.
De igual modo a Organização CIRV RADIO & FPTV que pela segunda vez não se dignou transmitir qualquer reportagem sobre a actividade do grupo Ad-Hoc se bem que se fez representar naquele dia, caladamente, por uma das suas empregadas que fora reconhecida pelos membros da Comunicação Social.
É da opinião pública que aquele encontro foi frutífero e que deu a oportunidade para a Comunidade se manifestar contra o monopólio que desde há muitos anos se tem vindo a notar na Comunidade Portuguesa de Toronto acerca do qual publicamente ainda não tinha tido o ensejo de se manifestar.