Como a Fénix que renasceu das cinzas

LUSITÂNIA DE TORONTO
OFERECE TRADICIONAIS SOPAS DO ESPÍRITO SANTO

Vasco Oswaldo Santos
Adiaspora.com

O Padre Hélder Fonseca recebendo uma placa comemorativa desta efeméride

Apostado em ultrapassar uma crise que é comum no associativismo luso-canadiano de Toronto, o Sport Club Lusitânia, que à sua volta congrega um punhado significativo da população de Angra do Heroísmo residente na maior cidade do Canadá, voltou a ter a sua casa cheia até à porta, no pretérito sábado, 22 de Abril. A ocasião foi a das tradicionais sopas do Espírito Santo com a presença do Vigário-geral da Diocese de Angra, Padre Hélder Fonseca Mendes, que ao Canadá se deslocou exclusivamente para esta ocasião.

Clicar aqui para ver o discurso do Padre Hélder Fonseca Mendes na íntegra

Actuação da Dança do Sport Club Lusitânia

A este “renascimento” da participação dos sócios do popular clube terceirense não anda arredado o facto de a sua Direcção ser composta por uma grande maioria de jovens, liderados pelo dinâmico Artur Freitas, pessoa que na passagem do 32.º aniversário do Lusitânia, está a mudar os ventos da apatia e a atrair, com o seu empenho e dedicação a atenção de uma massa associativa que de arredada passou a participadora.

Uma encenação de uma tourada à corda pela dança do S.C.L.

Visita inesperada, mas não menos bem-vinda, foi a do Coronel Sebastião Afonso Ribeiro Goulão, actual dirigente da Associação 25 de Abril, que, acompanhado de sua esposa, se encontrava em Toronto para a comemoração do 32.º aniversário da “Revolução dos Cravos” promovida pelo Núcleo Capitão Salgueiro Maia que, em Toronto, representa a popular AA25. Responsável pela visita foi o nosso colega Carlos Morgadinho, actual presidente do Núcleo, que com Manuel Torrão fizeram as “honras da casa” ao militar de Abril.

Coronel Sebastião Goulão teve também uma lembrança pela sua presença

Numa breve alocução, o Coronel Goulão apelou aos presentes para uma participação mais activa dos luso-canadianos na vida política portuguesa, nem que seja apenas através do voto a que têm direito. E apontou para a enorme abstenção dos imigrantes no processo eleitoral português para a falta de atenção que os políticos votam às comunidades espalhadas pelo mundo.

Uma figura emblemática da dança do Sport Club Lusitânia

Numa noite de festa, alegria, reencontro e devoção pelas tradições da Ilha Terceira, teve grande impacto a alocução principal do Padre Fonseca Marques, um sacerdote também ele jovem, culto, virado para o futuro. Para isso contribuiu a frescura e modernidade das suas palavras, não só a historiar o culto do Divino, como ainda a separar claramente as diferenças da palavra “império”, tão diferentes nos contextos do religioso e do profano. Uma prédica que, pela sua importância, Adiaspora.com também publica na íntegra.

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Como não podia deixar de ser, o outro ponto alto da noite recaiu sobre o grupo de associadas que apresentou, acompanhada de músicos “ao vivo”, uma engraçadíssima “Dança da Páscoa”, bem cantada, bem representada e melhor interpretada por todas. No final, e para ajudar à digestão das deliciosas sopas, alcatra e arroz-doce, nada melhor que um animado bailarico com a música dos fidelíssimos “Os Vadios”.
Foi bom ver o S.C.Lusitânia teimar no bom sentido: apostar nos jovens, nas mulheres, na experiência recolhida por uma boa integração na vida canadiana. Terá de ser nesta base que assenta a sobrevivência de um associativismo activo. Bem-haja quem a isso se dispõe, como as gentes do popular clube açoriano da Ossington.