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Por Carlos Morgadinho
Este prestigioso centro comunitário tem vindo estes últimos anos levados a cabo as festas dos nossos mais queridos santos populares: Santo António, São João e São Pedro, pois que, por esse mundo fora, onde hajam portugueses, são celebrados à maneira da região de onde são oriundos. Na sua nobre e difícil missão de preservar e espalhar os valores culturais e tradições das muitas regiões de Portugal, desde o Algarve ao Minho passado pelos Açores e Madeira, a Associação Democrática vem desta maneira organizando noites destinadas a essas nossas regiões onde os trajes, música, artesanato e gastronomia estão presentes e se dá também a conhecer essas zonas de Portugal tão longe do espaço físico, aqui no Canadá, mais precisamente em Toronto, o que é de Louvar. No entanto, não são só as regiões que são celebradas ao longo do ano nesta Casa Cultural, mas também algumas das mais importantes festas tradicionais de muitas das regiões e suas cidades. Algumas dessas são, por exemplo, os já mencionados Santos Populares de Lisboa, o São João do Porto, as Sanjoaninas de Angra do Heroísmo da Ilha Terceira e outros mais, que são bem conhecidos por muitos, senão quase todos, de nós. Assim na Associação Democrática são festejados muitas destas festas e estivemos lá, como não podia deixar de ser, para assistirmos à grande noite, a maior festa profana da capital da Nação, os Santos Populares - Santo António, São João e São Pedro, que revivem a "velha" Lisboa com os seus pátios, os bailaricos bairristas, as danças das ruas com os seus coretos, as fogueiras - tudo isto até quase ao nascer do dia - e sem que fossem obtidos os necessários "permits" (licenças) só até às 23H00 como acontece aqui por estas bandas. As rivalidades entre as muitas marchas dos Bairros seculares que formam Lisboa, os manjericos, arcos, balões, foguetes, as cantigas, os vadios e os nobres, as suas varinas atrevidas, os carvoeiros e os cacilheiros bem como os aguadeiros, ardinas, leiteiros e os Soldados dos séculos XVIII e XIX com as suas fardas coloridas daquela Lisboa que, embora fosse coisa do passado, não está ainda esquecida e que palpita com muita força no peito dos alfacinhas e não só.
A Avenida da Liberdade agalanada naquelas noites de festa e o seu "mar" de gente que se aperta para ver e aplaudir o seu Bairro que por ali desfila. Ali os mais novos fazem perguntas aos mais velhos e estes lá vão respondendo com lágrimas nos olhos pelas saudades acumuladas dos tempos já lá idos. Mas voltando à Associação Democrática de Toronto com a sua festa dos Santos Populares de Lisboa que foi ali festejado, e bem, tinha o seu salão decorado com barracas, arquinhos e balões e onde eram servidos deliciosos petiscos à Tasca (Tavernas) com sardinha assada, os "pipis", caldo verde com chouriço e as febras no pão, tudo com broa e uma daquelas boas pingas que até parecia que cheirava bem... pois claro que cheirava a Lisboa. Matamos saudades e francamente gostamos.
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