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Erradicar a flora invasora no Pico

 

Segundo noticiou diversa imprensa local, o Governo dos Açores, através da Direcção Regional do Ambiente, no âmbito do Plano Regional de Erradicação e Controlo de Espécies de Flora Invasora em Áreas Sensíveis (PRECEFIAS) está a implementar no Parque Natural da Ilha do Pico a eliminação de espécies exóticas – acácias, conteira ou roca-de-velha e incenso – que perturbam o desenvolvimento das naturais, numa acção iniciada pela zona da Reserva Natural do Mistério da Prainha, considerada o melhor núcleo de vegetação endémica em lavas recentes, e envolve um investimento superior a 41 mil euros. Também irão intervir no mesmo sentido no Planalto Central e na Lagoa do Paul.

Pittosporum undulatum

Esta iniciativa governamental e o plano que a suporta, estão a ter impacto na comunidade científica desta área e julguei útil trazer aqui este comentário:
“Provavelmente não se consegue nunca eliminar as espécies invasoras do local aonde estão implantadas (quem pensar que erradica já perdeu a batalha). Aprende-se é a quebrar o ritmo de crescimento e a colocá-lo mais lento do que as outras espécies presentes no local. Observando-se numa escala de 1 ou 2 anos aparentemente está "erradicada" mas a uma escala de 10 anos (sem intervenções calendarizadas) volta tudo ao mesmo e com muito mais vigor. As espécies lenhosas que conheço melhor, do prisma do pequeno empreiteiro florestal que sou, são precisamente a Acácia Dealbata, a Acácia Longifolia (muito semelhante à da foto), a Acacia-Melanoxylon e o Ailanthus Altissima pois resido no Centro do País. O meu palpite será que logo após se pensar que se conseguiu o controle pela exaustão radicular da planta (através da aplicação de glifosatos por ex...) irá surgir uma 2ª vaga de regeneração, provavelmente no 3º ano, através do banco de sementes das plantas cortadas. Depois de muito esforço e do esgotamento (utópico) do banco de sementes local a 3ª vaga virá das plantas nos terrenos vizinhos através do vento, do tráfego automóvel, etc. o que não será tão rápido numa ilha mas inevitável pois provavelmente foi este o tipo de propagação que as levou ao local onde estão agora (com a colaboração de alguém que as introduziu na ilha para efeitos de jardinagem, produção de lenha, estabilização de terrenos)...
Não obstante, erradicar ou acalmar
?” (comentário de Mário Rangel – Coimbra em 26 de Outubro)em www.cienciahoje.pt.
Sobre esta última parte – a 3ª vaga de sementes virá das plantas nos terrenos vizinhos (incultos ou abandonados) através do vento (caso dos incensos e acácias) – e tendo em conta este comentário como mero aviso, não podemos estar mais de acordo. Todos sabemos, os que minimamente andam próximo da cultura da vinha, no Pico, que mesmo que um proprietário dedique todo o seu esforço em eliminar os incensos ou acácias, basta haver nas proximidades terrenos que também foram já de vinha mas que hoje estão abandonados, para que no ano seguinte surjam pequeníssimas plantas (incenso) que, se não forem erradicadas à nascença, duplicarão o trabalho no ano seguinte e assim sucessivamente num alastrar impressionante que, em poucos anos, do que era um bonito prédio de vinha, restam as paredes submersas em floresta de incensos…
Julgo que o Governo está agindo bem, é necessário principiar por algum lado, mas como acontece no exemplo que acima mencionei, os serviços de ambiente da ilha não se esqueçam de que depois da primeira fase, não mais deverão descurar o acompanhamento subsequente: as tais 1ª, 2ª e 3ª vagas de sementes, que continuaram a pairar por anos e anos e por isso é que lhes chamam infestantes. Todo o cuidado será pouco pois se assim não actuarem, os resultados poderão ser, a longo prazo, muito piores do que hoje e essa luta contra a praga das invasoras terá sido em vão.

 

 

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