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À Laia de Crónica


Estou a escrever mais uma crónica. Não crónica de acontecimentos reais mas uma narração subjectiva de observação resultante da observação de factos e acontecimentos que nos rodeiam no dia-a-dia da vida. Nem sempre são as melhores as impressões que nos ficam, e que, por vezes se instalam no subconsciente com raios de amargura e de tristeza. Outras há, porém, que sabe lembrar com saudade e recordações simpáticas.

Rodeia-nos um mundo controverso e mesquinho. Deixou de haver o respeito, a consideração e até a amizade pelo outro para egoisticamente cada um viver o seu eu. 

Nada remedeiam as casas de solidariedade social, nem os propósitos de uma ajuda fraterna. Tudo não passa de achegas, por vezes mesquinhas, para o cultivar do orgulho próprio e do pseudo prestígio da função que se desempenha. Tudo serve para enaltecer a pessoa do agente promotor, sem atentar que a solidariedade é o nome novo da caridade, que hoje se não usa por “cheirar” a religiosidade piegas.

Afinal, a caridade é amor. Amor desinteressado pelo semelhante carente, que sofre profundamente as amarguras da sociedade que o rodeia. Uma situação triste e amarfanhante que nem todos sabem ou podem suportar, deixando-os, por vezes cair numa situação de amargura e de quase desespero.

E o mais grave é que, aqueles que dão origem a essas situações de angústia, não têm a consciência da sua perniciosa acção, demolidora da tranquilidade e da paz e tranquilidade dos que são atingidos.

Hoje vive-se quase exclusivamente da ambição dos bens materiais, da riqueza, do prestígio social.

Não importa quais os meios utilizados para se conseguir situações de desafogo material. E, pior ainda, não interessa quais sejam as vítimas. Importa é conseguir esses mesquinhos objectivos.

Há tanta gente que sofre porque não encontra uma mão amiga que a ajude a caminhar na vida, mesmo que esta esteja no fim… Há tantos que são vítimas indefesas do egoísmo de outros que mais não são do que agentes ocasionais de um serviço que não lhe pertence mas que desempenham por oportunismo atrevido…

Assim vamos passando os dias, as semanas, os meses e os anos no confronto de situações que nos causam pesar, repulsa e indignação, mas que temos de aceitar porque houve um direito conquistado que isso permite.

Não será tempo de, frontalmente, ir-se de encontro a tanto mal-estar de pessoas indefesas? Não será tempo de acudir com solicitude a quem tanto precisa e que, envergonhadamente, vai suportando seus males e infortúnios?
Esta é a crónica que trago há muito “alinhavada”. Nela, várias vezes, tenho reflectido maduramente sem lhe poder acudir. E então, interrogo-me: Valerá a pena traze-la a público, sujeita-la à apreciação e/ou crítica de algum leitor? Hoje chegou o dia. Que lhe responda esse leitor.

Mesmo assim, ouso perguntar: Merecerá a atenção daqueles que podem modificar o “status quo” de tantas situações que existem que aqui subjectivamente  se denunciam?

Nunca houve tanta creche, tanto jardim de infância, tanto lar da terceira idade, tantas comissões de protecção de menores e das mulheres, somente para detectar situações e pouco mais. (E os homens também não são vitimas de situações anómalas?) Felizmente que essas instituições existem. Mas é por isso mesmo que pergunto se estarão todos os casos anómalos acautelados? Ou desses institutos só podem usufruir quem bem paga ou lhes lega seus haveres? Será a prestação desses serviços de solidariedade um negócio? Afinal, quem deles beneficia? Não valerá a pena parar um pouco e reflectir?

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