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de pedintes!

 

Nós somos um país de pedintes!

 

Que culpa têm os mais pobres deste País, desses desaires, dessas despesas supérfluas, deste défice astronómico que o País atravessa e defronta? Foram por acaso, os mais pobres deste País, o chamado Povo, que concordou em que os agricultores fossem pagos para não produzir? Foi o Povo que pagou estes enormes subsídios aos pescadores, para estes deixarem de pescar?

Meus Senhores: já não há pobres tradicionais. Há, são mendigos da 3ª geração! A mendiga Internauta! A mendiga formatada pelos nossos governantes mais sábios! Então vocês não viram, a alegria do ministro Manuel Pinho, quando pediu aos empresários estrangeiros para investirem em Portugal? “Porque os portugueses, ganhavam muito mal, porque somos todos muito pobrezinhos”! Nós somos todos, um País de pedintes! Mas os pobres, puseram a Informática ao serviço da mendicidade? Não! Foram eles…Inteligentes!

Primeiro, produziram mais mendigos. Abriram caminho ao aparecimento de novos indigentes. Como? Aumentando as taxas de juros nos bancos, aumentando os impostos, as taxas moderadoras, os preços dos manuais escolares, etc., etc.. E depois, quando já todos estávamos pobrezinhos e de “tanga”, deram-nos computadores!

Mas, que importância tem para um mendigo, ter um computador? Toda a importância! Ter um computador, ter um “blog”! ter um “site”! É que hoje em dia, só existe quem tiver o nome na “Internet”! Quem não tiver, não anda cá a fazer nada! Aliás, a Internet trouxe a milhões de pobres pedintes, a oportunidade de conquistarem o direito a existência! Mas, perguntam vocês: mas os pobres não existiam já? Não! Os pobres não existem, não têm nome. São números! Senão reparem: Quando um rico morre, a Comunicação Social veste-se de luto, e anuncia: “Era um homem de grande carácter!

Cavaleiro da Ordem de Malta! Deixa viúva e dois filhos. O seu funeral, constituiu uma profunda manifestação de pesar”! Ora, um mendigo não tem grande carácter, não é? Mesmo que lhe oferecessem um, depois também não tinha meios para o sustentar. Depois, o mendigo é da “Malta”, mas não vai em “ordens”. Depois, mendigo não deixa viúva, nem filhos. Eles, é que o deixaram, para irem viver com o Sr. Faustino, que tem uma pequena oficina de “bate-chapas”! Depois, “pesar” no funeral do mendigo, só se ele fosse muito gordo. Mas não! É raro haver mendigos gordos e, nenhum jornal publica a notícia da morte de um mendigo. E nós queremos Notícia! Volta não volta, até há umas revistas que publicam a lista dos cem homens mais ricos do mundo.

Algumas delas se lembrou de publicar a lista dos cem milhões mais pobres do mundo? Os pobres só saem nos jornais, quando algum milionário os visita, acompanhado de um pacote de caramelos, duzentos fotógrafos e vinte operadores de câmara de televisão!

Porque razão, é que excluem os mendigos deste País, se nós somos, um País de pedintes?

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