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Protecção da Orla Costeira das Lajes do Pico


Vão-se aproximando do fim as obras de protecção marítima desta vila. Já saiu do porto, para outra ilha, a barca que transportava para o alto mar os materiais extraídos da zona onde está a construir-se o molhe de defesa, ao norte da baía e mesmo no local da antiga “carreira”.

Embora os trabalhos hajam sofrido atraso motivado pelos temporais do Inverno passado, eles no entanto puseram à prova a eficiência da obra que mesmo assim, há que continuar na parte sul, para que a vila das Lajes, uma vez por todas, deixe de ser inundada pelos mares do Oeste, em ocasiões de enchentes. Quando será considerada a execução de um segundo molhe, a Sul daquele que agora foi construído? Os lajenses interrogam-se e não há quem lhes responda. E é pena. Na verdade, parte norte da Vila fica defendida, o mesmo porém já não acontece com a parte Sul, ou seja a zona do Calhau Grosso, outrora defendida pela enorme cortina de pedra que se levantava naquele espaço e que foi desaparecendo com o rodar dos anos. Era uma “pedreira” ali ao lado, onde facilmente se extraíam muitas toneladas de pedra que servia para diversas construções e até para a muralha de defesa, junto à zona marginal da Lagoa, quando, em 1936, um enchente de mar destruiu a velha muralha. E bem reclamaram os habitantes da parte baixa da Vila para que não se retirasse pedra que constituía uma excelente defesa. Tudo foi em vão. Ninguém quis ou soube ouvir o seu justo reclamar.

E se “Roma e Pavia não se fizeram num dia”, há que estar atento, que, depois desta obra executada não fica completa a “Protecção da orla marítima das Lajes do Pico”.

Os lajenses, na generalidade, senão todos, estão satisfeitos com a obra realizada. E nesse sentido sabem ser agradecidos. Esperam porém que, em futuro próximo e consoante os resultados obtidos com as obras em curso, se venha a reconhecer a imperiosa necessidade de se lhe dar continuidade.

Segundo uma comunicação oficiosa de 18 de Abril de 2005, ia ser estudada a eventual manutenção do acesso à obra, tal como o têm vindo a reclamar muitos lajenses.

Ao que nos consta os estudos já foram realizados. O acesso parece que, logicamente, vai tornar-se definitivo, muito embora haja que realizar-se algumas obras de consolidação e “adaptação” ao local.

Seja como for. Importa que o acesso seja mantido e o piso do trânsito sobre o molhe devidamente consolidado. E mais deve ser considerado. Esta a razão forte deste arrazoado.

Todos temos a nítida certeza de que não vai construir-se no futuro uma “doca”. Sabemos que não nos está reservada essa, aliás, excelente estrutura, pois não ignoramos que pedir tal, a “ira dos deuses” voltar-se-ia contra nós. Mas pedir não ofende…

Neste momento, que se julga o aprazado, pede-se somente que, a meio do molhe em construção, voltado para o “Poção”, ou seja a nova bacia agora criada, seja construída uma plataforma com escadaria de acesso, que bem poderia servir no futuro para a acostagem de qualquer embarcação de maior calado.

E porque não?

Vão em bom ritmo as obras de desassoreamento e arranjo da Lagoa ou porto interior. Junto da muralha de defesa está a ser construída uma plataforma donde enrocarão as rampas de acostagem das embarcações de pesca e de recreio. E isso torna-se muito importante para dar um arranjo disciplinado àquele espaço, uma vez que, no último ano, as pequenas embarcações existentes no porto duplicaram.

O terrapleno junto da muralha poderá ser o início do passeio marítimo que a Câmara Municipal projecta realizar até ao Portinho, na zona da Ribeira do Meio.

Estarei a sonhar? Talvez. O tempo, porém, o dirá.

O turismo marítimo principia a desenvolver-se nesta terra. É preciso dar-lhe condições para que daqui não se venha a afastar. E é no turismo que está o desenvolvimento futuro da economia desta parte da ilha.

Não demorem, pois, com as estruturas indispensáveis ao seu desenvolvimento. É o apelo que hoje aqui fica.

Em todas as terras ditas civilizadas encontramos pelos largos e jardins aves, das mais variadas espécies. As populações tratam-nas com carinho e dão-lhes alimento. Vi isso na América, em Lisboa, na França e outros mais sítios por onde andei. Porque não dispensar o mesmo carinho às patas que há poucos anos se fixaram nas lagoas desta vila? Porque as exterminam com requintes de malvadez?

Um pedido aqui deixo: Não as maltratem pois elas dão um ambiente novo e interessante à pacatez do meio onde vicejam.

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