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Tempo Quaresmal

Quase passou desapercebido o Tempo Quaresmal, que antecede e prepara o Tempo Pascal.

Que se saiba, somente na vila da Madalena se realizou a Procissão de Passos, um acto de penitência tradicional em diversas paróquias da Ilha mas que, infelizmente, passou ao esquecimento. E nesta Vila ainda existem e estão bem visíveis os “Passos”, existentes no percurso tradicional da secular procissão.

O mesmo acontece na freguesia da Piedade onde existe, na via de maior tráfego, o antigo Passo. Até, a perpetuar a memória dos simpáticos “sinais” da Fé Cristã, há na Piedade os sítios dos “Passos Novos” e Passos Velhos”.

Em São Mateus há, no fim da rua principal, o largo do “Passo”.

Porque não se fizeram as procissões do Senhor dos Passos, um acto solene, sempre concorrido e estimulador de alguma emoção, principalmente quando se dava o “Encontro da Virgem com seu Bendito Filho, transportando a cruz às costas”? De certo que motivos ponderosos a isso levaram.

De que serve andar-se a pedir a “Renúncia quaresmal” se os fieis não sentem que se está realmente no tempo da Quaresma, ou seja a comemoração dos Quarenta Dias que Cristo passou no deserto a preparar-se para a Sua Paixão e Morte?

Alega-se que a falta de clero motiva a redução dos actos litúrgicos. Mas, também se diz que a Diocese tem clero a mais para a população. Afinal, em que ficamos? Se há clero a mais, porque será que as ilhas mais afastadas não têm clero suficiente para atender as populações? Na Ilha do Pico um sacerdote tem duas e três paróquias à sua conta e isso obriga a que ao domingo, dia de preceito, um mesmo pároco tenha de celebrar três missas, deslocando-se apressadamente de Paróquia a Paróquia, deixando assim de poder celebrar outros actos religiosos. O Pároco não tem, na generalidade, um contacto, já não digo permanente mas ao menos assíduo com os paroquianos. Muitos deles deixaram de conhecer pessoalmente o Pároco. Daí resulta, naturalmente, um afastamento da Pessoa e da própria I0greja que o Pároco serve.  

Algo está mal! A prática religiosa passou praticamente à Missa dominical. Consequentemente, os actos de culto, embora poucos, deixaram de ter uma assistência regular. Tudo vai caindo em desuso, a não ser em duas ou três Paróquias, que têm o privilégio de manter párocos residentes… Mas são excepção.

Há algum tempo tive a coragem de dizer a um responsável diocesano que o Pico era uma terra de missão. A resposta foi:” E não só”. 

Assim sendo, porque não trazer padres missionários e irmãs missionárias que se fixem em Paróquias desprovidas de clero e promovam uma nova evangelização?

Todos os dias, ou quase, o correio traz-nos correspondência de instituições religiosas do continente a solicitar a ajuda para as terras africanas. E porque não para as ilhas semi - abandonadas dos Açores?

A demorar uma acção positiva, amanhã seremos uma terra de pagãos, com todas as funestas consequências que daí resultarão.

Saí, (in)voluntariamente do estilo destas notas. Propositadamente, aliás.
À reflexão dos responsáveis, deixo estas inquietantes considerações. Que as saibam acolher!...

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