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DO CANADÁ AO BRASIL POR TERRA - DIA 4

CIDADE DO MÉXICO: A INCONGRUÊNCIA
 DE UMA CAPITAL COM 20 MILHÕES...

Vasco Oswaldo Santos (Texto e fotos)
Adiaspora.com
António Perinú (Fotos)
Sol Português

Minatitlán, Vera Cruz, México, 8 de Outubro – Saímos de San Luis de Potosi pelas 7h30. A jornada apresentava-se difícil. E foi. Não de forma negativa. Mas complicada em termos de distâncias a percorrer. Quem olha para o mapa do México não se apercebe, à primeira vista, do tamanho do percurso que realmente tem de ser feito, do sul dos EUA até à Guatemala.
O dia de hoje apresentava a travessia da capital federal, Cidade do México, ou México DF (Distrito Federal) como aqui é conhecida. É uma metrópole de 20 milhões de habitantes, espalhados por um vale rodeado de montanhas, em que a base se encontra a mais de 2.000 metros acima do nível do mar. Com excepção de uma pequena área no centro, onde se encontram alguns edifícios de mais de 20 andares, a cidade é de casario baixo. Isto devido à condição sísmica da área. Contudo, é uma cidade complicada. Nunca andámos a pé, excepto quando parámos para meter gasolina e inquirir algumas direcções. A urbe tão grande que, a uma velocidade razoável e na maior parte do tempo por vias rápidas, nos levou 2 horas a atravessar. E mais de três a saír por causa de umas obras no acesso à auto-estrada que nos levou a Puebla e Minátitlan, muito para além de Vera Cruz, na província do mesmo nome.
Exemplos de algumas dificuldades inesperadas “para quem não é de lá”: Numa rua de sete faixas de rodagem e sentido único, a primeira faixa, em signos quase que apagados no asfalto, indicam que nessa os autocarros de transporte público podem circular em sentido contrário. O que não impede que se continue a conduzir como a avenida foi concebida...
Polícia vê-se pouca. E quando se vê, em situações de necessidade – como a da entrada na auto-estrada para Puebla, onde estivémos mais de meia-hora à torreira do sol, no meio de um enxame de carros e camiões, cujos condutores só pensam em si e nada facilitam. Havia vários agentes ali, sem que se tomassem as previdências básicas de orientação do trânsito. Eram realmente espectadores e não reguladores ou intervenientes para minorar o problema.
Já noite, ao fim do troço de portagem que nos trouxe a Minátitlan, um camião de reboque múltiplo com líquidos perigosos, teve de recuar da faixa junto à barraca da colectora. Ora essa manobra, a que nós respondemos recuando também para permitir o espaço de manobra ao camionista, em manobra de U-turn, foi de imediato aproveitada por condutores, atrás de nós, que nos ultrapassaram, se atravessaram à frente do camião e se escapuliram pela portagem, pagando e borrifando-se para quem ficou civicamente atrás.
Outra crítica que não podemos deixar de fazer tem a ver com o exagero das portagens, para pequenos troços de 100 kms. Paga-se de 21 a 198 pesos (10 pesos por 1 US$)...
Também nestas autoestradas os restaurantes adjuntos às bombas de gasolina, não aceitam cartões de crédito, nem dólares. Estamos em crer que isto dos câmbios até por uma questão de soberania. Mas o problema é que não instalam ATMs. Logo, nem vendem nem servem quem passa sem alternativas. Do outro lado da moeda, está o facto de uma dessas máquinas exigir a presença de um segurança armado durante as 24 horas do dia.
Deixámos a paisagem para o fim. Foi linda e variadíssima, desde formações vulcânicas altíssimas, a pedreiras no flanco das montanhas, áreas que mais se assemelhavam a paisagens tirolesas com neve nos cumes e os vales muito bem cultivados e encostas arborizadas. Passámos túneis consecutivos, em estradas de montanha tão belas como as da Suíça, sobre vales profundos e verdejantes. As fotos que a seu tempo apresentaremos serão o testemunho real daquilo que vale mais que a nossa descrição.

Percurso percorrido: 1.200 kms em 14 horas de condução

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